terça-feira, 10 de maio de 2011

LIMITES NA ARTE DE EDUCAR

Tudo na vida tem dois lados, o poisitivo e o negativo. Isso também ocorre com a questão dos limites. O limite pode ser vivenciado negativamente quando quem o impõe o faz de forma arbitrária, injusta e desrespeitosa, com a intenção de exercer poder sobre o outro. Por outro lado, pode ter efeitos positivos sobre o comportamento, quando é colocado com coerência, respeito e afeto, com o intuito de orientar e proteger.
É importante saber dosar o limite, pois quando muito rígido, sufoca, impede o crescimento. Quando muito amplo, dá a sensação de abandono, não dá parâmetros.
O limite colocado com afeto não traumatiza, ao contrário, estimula a criatividade, desenvolve princípios éticos, valoriza as conquistase dá segurança.
A família é o contexto mais apropriado para a aquisição da noção de limites, pelos laços de afeto e confiança que o caracterizam. Quando isso não ocorre, o segundo grupo social a tentar estabelecer essa noção é a escola, porém sem o apoio da família, essa missão torna-se quase impossível. Desta forma, infelizmente, em alguns casos, o único limite com o qual o indivíduo irá se deparar e "respeitar" compulsoriamente é aquele imposto pelas leis.
Antigamente o adulto mandava e a criança obedecia. Mais tarde, quando adulta, essa criança teria sua vez de mandar. Sendo assim,aprendia-se a obedecer e a mandar e isso era suficiente para que houvesse uma "perfeita" adaptação social (o oprimido aguardava sua vez de tornar-se opressor, como diz Paulo Freire). Posteriormente, achou-se que a criança não deveria ser tão reprimida, para tornar-se capaz de mandar, como se esse fosse o principal pré-requisito para o sucesso na vida adulta. Desta forma, o jogo do mandar e do obedecer continuou existindo, havendo apenas a inversão de papéis, ou seja, a criança passou a mandar e os pais a obedecer.
Atualmente, para ter chances de sucesso na sociedade, o indivíduo precisa aprender a optar, a ter uma postura crítica, consciente e equilibrada. E agora, onde ficam o mandar e o obedecer? Quando a necessidade é ser criativo, ponderado, participativo, capaz de compartilhar, colaborar, compor equipes?!
Entre a educação rígida e a de completa liberdade, qual a menos pior?
A educação rígida, onde a criança não tinha escolha, formava pessoas "encolhidas", incapazes de conquistar o próprio espaço. Em compensação a educação liberal, formou indivíduos prepotentes, sem noção de respeito, de cidadania, de ética e, no fundo inseguros.
A solução está na educação democrática, onde há limites, afeto e diáologo. Não é saudável direcionar o tempo todo as atitudes da criança, mas também não é bom deixá-la sozinha, sem interessar-se pelo que lhe acentece.
" O LIMITE BEM COLOCADO NÃO OPRIME!  PROTEGE! ORIENTA".