domingo, 23 de outubro de 2011

ANSIEDADE NA ADOLESCÊNCIA


ANSIEDADE NA ADOLESCÊNCIA


A ansiedade é um estado de angústia, medo e inquietação gerado por conflitos entre a pessoa e o meio-ambiente, que sente como ameaçador. Caracteriza-se por manifestações fisiológicas, tais como a hiperatividade, a agitação e movimentos precipitados e por manifestações emocionais, tais como atenção exagerada a alguns aspectos do ambiente e pensamentos relacionados ao medo de possíveis acontecimentos tenebrosos.

Ela pode manifestar-se em níveis diferentes, desde o mínimo necessário diante de situações ameaçadora reais até a níveis altíssimos, relacionados a medos fantasiosos.

Na adolescência, devido ao sentimento de insegurança diante do real potencial emocional, cognitivo e de aceitabilidade social, a ansiedade costuma estar sempre presente, tanto no grau normal, como por vezes, no grau patológico, podendo gerar distúrbios de personalidade geradores de profundo sofrimento e prejudiciais a vida do adolescente como um todo, inclusive no seu rendimento escolar.

Geralmente, na adolescência, o que mais provoca ansiedade nas meninas é a relação com o corpo, que atualmente é cultuado e relacionado a padrões de beleza impossíveis de se atingir. Também são mais vulneráveis à pressão quanto ao desempenho escolar e às restrições impostas pelos pais, vivem um conflito entre a rebeldia e a dependência emocional que ainda tem deles.

Quanto aos meninos, os maiores fatores geradores de ansiedade são a preocupação em tornar-se independentes dos pais e a auto-afirmação da virilidade.  Aprensentam, também, maior resistência em admitir a presença da  ansiedade, temendo serem tidos como fracos ou incompetentes.

Tanto meninos como meninas sentem-se ansiosos diante de situações novas de qualquer ordem e da necessidade da aprovação social.

A ansiedade geralmente vem acompanhada de traços depressivos e pode gerar distúrbios de personalidade importantes tais como:

Síndrome do Pânico : onde o medo de colocar-se “a prova” em situações que considera importantes e fracassar, colocando em risco a aceitação e o afeto das pessoas que lhe são significativas. Manifesta-se por sensações físicas, como a palpitação, o suor frio, tonturas e falta de ar, juntamente com as manifestações emocionais de medo, desamparo e sensação de morte.


Transtornos alimentares: onde a relação com o alimento passa a ser uma forma de expressar e de lidar com dores emocionais, dentre eles a anorexia, a bulimia e a compulsão alimentar.

Transtorno Obsessivo-compulsivo (TOC) :  caracteriza-se pela presença de rituais, que são comportamentos obsessivos, repetitivos, emitidos pela pessoa para neutralizar sentimentos agressivos e o medo de que algo terrível aconteça, caso o ritual não seja realizado.


É importante salientar que nenhum dos transtornos de personalidade acima, são sinais de fraqueza ou constituem-se  em “defeitos”. São questões de saúde emocional que podem e devem resolvidas. No caso da Síndrome do Pânico e do TOC, é necessário tratamento com o médico psiquiatra e com o psicólogo e nos trantornos alimentares, inclui-se o nutricionista.

As causas de tais distúrbios de personalidade incluem possíveis tendências genéticas, traumas emocionais e a presença de pressões e conflitos no ambiente.

 Adolescentes  que apresentam tais transtornos de personalidade devem receber tratamento multidisciplinar adequado, contudo na família e na escola devem ser tratados da mesma forma que os demais no que se refere a limites, regras e atividades, respeitando-se, é claro, algumas limitações pontuais que cada distúrbio apresenta.



Outubro/2011